sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Grupo de Oração: O Carisma da Coordenação

“não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça.”(Jo 15,16)
O objetivo deste ensino é orientar aqueles que assumem uma coordenação sobre a importância de compreender a cooperação entre a graça e a natureza no ministério de coordenação, e tratar de algumas funções práticas pertinentes ao coordenador.
1-    MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO
Coordenação vem da palavra latina cordinatione que significa: “ dispor sobre a certa ordem ou método, organizar o conjunto, pôr em ordem e desconjunto”. É uma “co-operação”, uma ação de co-responsabilidade entre iguais. A coordenação promove união de esforços, de objetivos comuns e de atividades comunitárias, evitando paralelismo, o isolamento na ação evangelizadora. A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a participação, comprometer na co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o conjunto da caminhada do Movimento. São se trata de um ministério de privilégios, mas de serviços práticos, objetivos. A função de coordenar, a princípio, é uma capacidade humana, um talento que pode ser buscado, desenvolvido, aperfeiçoado. O líder será capaz de coordenar de modo louvável determinado grupo de pessoas, conseguindo alcançar os reais objetivos pretendidos. Existem técnicas e métodos avançados que ensinam de forma eficaz como uma pessoa pode transformar-se em um grande coordenador ou líder. Mas quando se trata de uma ação evangelizadora, é preciso recordar-se que “as técnicas da evangelização são boas, obviamente, mas ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada poderia fazer sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E ,ainda, o mais bem elaborados esquemas de  base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, n. 75). O próprio princípio de Deus, na escolha daqueles que iam dirigir o seu povo, não obedece a critérios humanos. 
• I Cor 1, 26-31
Isto não descarta, obviamente, a colaboração do homem, isto é, o empenho em desenvolver ou aprimorar as suas potencialidades humanas. Porém, diante da realidade espiritual que é um Ministério de Coordenação, não se pode contar apenas com a capacitação humana. Coordenador (conceito eclesial): pessoa cheia do Espírito Santo e conduzida por Ele, eleita por Deus, mediante confirmação da comunidade, para conduzir uma parcela do povo de Deus, empregando métodos de coordenação segundo  carisma do amor.   A missão do coordenador é antes de tudo “divina, por isso para realizá-lo deve estar unidos  a Jesus (Jo 15,1-8) e conduzida pelo Espírito Santo.”
2 -  O CARISMA DA COORDENAÇÃO
O Senhor disse a Moisés: “Tens todo o meu favor” e “minha face irá contigo, e serei teu guia” (cf. EX 33, 12; 14). Podemos entender o carisma como sendo o “favor” ou  “auxílio” dado por Deus para o vocacionado. Sem o carisma, ficamos impossibilitados de responder à essa vocação. Ele é o “auxílio a nossa fraqueza” (Rm 8, 26) sem o qual nossas razões tornam-se vazias e infrutíferas. O carisma é o alicerce para o exercício do ministério. A graça em ação = chárisma, que pressupõe a natureza, conforme Santo Agostinho. Trata-se de uma complementaridade entre divino e humano, em vista da missão. “O carisma da coordenação se manifesta nas ações administrativas realizadas pelos coordenadores. No âmbito do nosso Movimento, ações administrativas são, especialmente: planejamento, organização, direção e pastoreio”.
3 FUNÇÕES DO COORDENADOR
a) Evangelizar
MC 16,15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”. Conceito de evangelizar = vem de Evangelho: Boa Notícia = evangelizar é anunciar uma Boa Notícia (Is 9,1-6;  Lc 24, 1-43). Podemos definir três espécies de evangelização: 
1.Sacerdotal – Palavra celebrada;
2.Régia – Palavra vivida – testemunho (instauração do Reino de Deus no mundo);
3.Profética – Palavra proclamada.
Lembramos que todo o batizado tem as unções sacerdotal, régia e profética.
Evangelizar é a principal função do coordenador. Tudo na coordenação, planejamentos, propostas, projetos, eventos devem ser orientados para a evangelização.
b) Administrar
Latim ad (direção, obediência) e minister (subordinação) = aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a outrem.
Administrar significa ainda o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos.
Elementos da administração:
•Planejamento;
•Organização;
•Direção;
•Execução;
•Controle;
•Avaliação
c) Pastorear
Jo 10,11: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.
•Busca os irmãos transviados;
•Reanima os desanimados;
•Conduz o rebanho;
•Ouve, ama, orienta, ora;
•Supervisiona os planejamentos e tarefas
d) Liderar
Jo 11,16: “A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: ‘Vamos também nós, para morrermos com ele’”.
•Precede os irmãos na caminhada, primeiro na santidade, no amor, no perdão e no serviço.
•Dá sempre o primeiro passo.
•Não tem subordinados. Ele não dá ordens, mas todos fazem o que ele deseja.
•Transmite segurança, confiança.
•Transmite senso de justiça.
•Sabe que não deve fazer tudo sozinho.
e) Formar
Lc 11,1-11: “instruções aos discípulos”
•Com exemplo, testemunho de vida;
•Valoriza e promove meios para o crescimento espiritual e humano dos membros do grupo;
•Encaminha os servos do grupo para os encontros específicos de formação de cada ministério;
•Forma novos líderes.
NEEMIAS
Neemias foi um líder da época do pós-exílio que soube planejar, organizar, motivar e exercer liderança sobre quem vivia em Jerusalém e nas redondezas da cidade. Ele serve como um modelo de coordenador que assume a pratica a liderança com responsabilidade e praticidade. A partir das situações vividas soube:
•Equilibrar o planejamento prático com a confiança em Deus;
•Conviver com as críticas não merecidas;
•Resolver conflitos de personalidade e dificuldades no relacionamento humano;
•Enfrentar sérias pressões financeiras;
•Lidar com líderes antigos e algumas vezes machucados.

"A verdade é a verdade e não tolera interesses pessoais"

Catequese de Bento XVI na audiência geral desta manhã
CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 29 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos a seguir as palavras do Santo Padre na catequese desta manhã.
Caros irmãos e irmãs,
Nesta última quarta-feira de agosto, celebramos a memória litúrgica do martírio de São João Batista, o precursor de Jesus. No calendário romano, ele é o único santo de quem se recorda o nascimento, em 24 de junho, e também a morte, ocorrida por meio do martírio.
É uma memória que remonta à dedicação de uma cripta de Sebaste, na Samaria, onde, já em meados do século IV, era venerada a sua cabeça. O culto se espalhou para Jerusalém, para as Igrejas do Oriente e para Roma, com o título de Decapitação de São João Batista.
O Martirológio Romano faz referência a uma segunda descoberta da preciosa relíquia, transportada, na ocasião, até a igreja de São Silvestre em Campo Marzio, Roma.
Essas pequenas referências históricas nos ajudam a entender o quanto é antiga e profunda a veneração de João Batista. Os evangelhos destacam muito bem o seu papel em relação a Jesus. Em particular, São Lucas narra o seu nascimento, a vida no deserto, a pregação, e São Marcos nos fala da sua morte trágica, no evangelho de hoje.
João Batista inicia a sua pregação sob o imperador Tibério, em 27-28 d.C., e o claro convite que ele faz às pessoas que se reúnem para ouvi-lo é o de prepararem o caminho para acolher o Senhor, para endireitar as tortuosas estradas da vida através de uma mudança radical do coração (cf. Lc 3, 4).
O Batista não se limita, porém, a pregar a penitência e a conversão. Reconhecendo Jesus como o "Cordeiro de Deus" que veio tirar o pecado do mundo (Jo 1, 29), ele tem a profunda humildade de mostrar em Jesus o verdadeiro Enviado de Deus, afastando-se para que Cristo cresça e seja ouvido e seguido. O Batista testemunha com o sangue a sua fidelidade aos mandamentos de Deus, sem ceder nem retroceder, cumprindo até o fim a sua missão.
São Beda, monge do século IX, assim o diz nas suas Homilias: São João, por Cristo, deu a vida, embora não tenha sido obrigado a negar a Cristo, mas apenas a calar a verdade. E ele não calou a verdade e assim morreu por Cristo, que é a Verdade. Precisamente por amor da verdade, ele não se comprometeu com os seus próprios interesses e não teve medo de bradar palavras fortes àqueles que tinham se perdido da estrada de Deus.
Vemos agora esta grande figura, esta força na paixão, na resistência contra os poderosos. Perguntemos: de onde nasce esta vida, esta interioridade tão forte, tão reta, tão coerente, desgastada tão completamente por Deus para preparar o caminho para Jesus?
A resposta é simples: da relação com Deus, da oração, que é o fio condutor de toda a sua existência. João é o dom de Deus por muito tempo invocado pelos seus pais, Zacarias e Isabel (cf. Lc 1:13); um grande dom, humanamente inesperável, porque ambos eram avançados em anos e Isabel era estéril (cf. Lc 1:7); mas nada é impossível para Deus (cf. Lucas 1:36).
O anúncio deste nascimento ocorre no próprio lugar da oração, no templo de Jerusalém, e justamente quando cabe a Zacarias o grande privilégio de adentrar no lugar mais sagrado do templo para queimar incenso ao Senhor (cf. Lc 1, 8-20). O nascimento de João Batista é marcado pela oração: o cântico de louvor, de alegria e de ação de graças, que Zacarias eleva ao Senhor e que recitamos todas as manhãs nas laudes, o Benedictus, exalta a ação de Deus na história e mostra profeticamente a missão do seu filho João: preceder o Filho de Deus feito carne a fim de preparar os seus caminhos (cf. Lc 1,67-79).
Toda a existência do Precursor de Jesus é alimentada por um relacionamento com Deus, especialmente no tempo transcorrido no deserto (cf. Lc 1,80). As regiões desertas são o lugar da tentação, mas também o lugar onde o homem sente a própria pobreza, pela falta de apoios e de seguranças materiais. Ali ele entende que o único ponto de referência sólido é o próprio Deus. João Batista não é, porém, apenas homem de oração e de contato constante com Deus, mas também um guia para esta relação. O evangelista Lucas, transcrevendo a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o pai-nosso, observa que o pedido é feito pelos discípulos com estas palavras: "Senhor, ensina-nos a orar, assim como João ensinou aos seus discípulos" (cf. Lc 11, 1).
Queridos irmãos e irmãs, o martírio de São João Batista recorda a todos nós, cristãos de hoje, que não podemos comprometer o amor de Cristo, a sua Palavra, a Verdade. A Verdade é a Verdade, não tolera compromissos com interesses particulares. A vida cristã exige, por assim dizer, o "martírio" da fidelidade diária ao evangelho, que é a coragem de deixar que Cristo cresça em nós e direcione o nosso pensamento e as nossas ações.
Mas isto só pode acontecer em nossa vida se for sólido o nosso relacionamento com Deus. A oração não é um desperdício de tempo, não é roubar espaço de outras atividades, nem mesmo das atividades apostólicas. É exatamente o contrário: somente se formos capazes de ter uma vida de oração fiel, constante, confiante, o próprio Deus nos dará a força e a capacidade para vivermos felizes e em paz, para superarmos as dificuldades e testemunhá-lo com coragem.
São João Batista interceda por nós, para que possamos manter sempre a primazia de Deus na nossa vida. Obrigado.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FORMANDO AS OVELHAS



FORMANDO AS OVELHAS

Entre os dias 25 e 26 de agosto, a RCC Ceará realizou o Encontro Regional de Formação para Ministérios na cidade de Iguatu. Todos os coordenadores de cidade, ministérios e suas representações diocesanas de Quixadá, Crato, Limoeiro e Iguatu foram convocados a participar do evento que contou com a animação do Ministério Diocesano de Crato e a motivadora presença do Conselho Estadual.

O objetivo central desse encontro era a disseminação do tema deste ano (Apascenta
as minhas Ovelhas), do Projeto Semanas Missionárias e também a execução de workshops para os ministérios de Comunicação Social, Crianças, Cura e Aconselhamento, Formação, Intercessão, Jovens, Música e Artes, Pregação, Promoção Humana e Universidades Renovadas, que puderam receber uma formação direcionada às suas realidades específicas de trabalho.

“O projeto semanas missionárias não é simplesmente uma moção da RCC, mas é o nosso movimento eclesial ouvindo e atendendo aquilo que o espírito está falando à igreja”, explica o responsável pela difusão do Projeto Semanas Missionárias no estado do Ceará, Mário Roberto de Camocim.

O grande diferencial deste encontro deu-se na noite do sábado após a santa missa na Matriz de Senhora Sant’Ana, quando os encontristas, revestidos do ardor missionário, saíram de dois em dois pela praça anunciando querigmaticamente a salvação e chamando as ovelhas para o aprisco, de volta para a igreja, onde aconteceu o grande momento do Incendeia.

Quem esteve presente nesses dois dias de encontro pode testemunhar a abundância de graças que nele foram derramadas. Houve curas, libertações, moções proféticas e exortações em meio a momentos de formação, pregação, oração, louvor, adoração e eucaristia.

Por sobre todas essas promessas que o Senhor fez encerramos aqui com a convocação do Presidente do Conselho Estadual, James Apolinário: “Os pastores de ovelhas apascentam rebanhos que não são deles. A tua missão hoje precisa ser um alimento de vida para aqueles que estão se perdendo na morte. [...] Eu peço que vocês deem passos firmes na missão de apascentar.”

Pâmela Teixeira Vieira
Secretária do Ministério de Comunicação João Paulo II

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Grupo de Oração, Tesouro de Deus

Para que reconstruamos as muralhas, é preciso estar unidos e com sólida formação. Por isso, essa edição do Boletim Informativo “Grupo de Oração, eu participo!” traz até você um ensino que trata exatamente sobre o elemento fundamental do nosso Movimento: o Grupo de Oração.
Com essa iniciativa, queremos ficar mais perto de você, proporcionando subsídios para que você cumpra, de forma cada vez mais eficaz, a missão que o Senhor lhe confiou. Leia, reze e partilhe com os servos do seu Grupo!
“Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração” (Mateus 6, 20-21).

1 INTRODUÇÃO
O Grupo de Oração, GO, é a célula fundamental da Renovação Carismática Católica. É a Renovação em movimento a cada dia, a cada semana, acontecendo nas diversas paróquias e comunidades do nosso país e do mundo. É um grupo de pessoas que por um desígnio de Deus, ao entrarem pela primeira vez em um GO[1] tiveram suas vidas tocadas pela bondade infinita do Senhor e foram chamadas a viver uma vida nova. Vida nova que só é possível ser vivida no Espírito Santo, como diz São Paulo a Tito, no capítulo 3, 5-7: “E, não por causa das obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ELE nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação obtida por sua graça nos torne em esperança herdeiros da vida eterna”.
Portanto o GO é uma porta aberta para uma descoberta ou redescoberta de que somos herdeiros de uma graça especial que em Jesus, pelo poder de seu Espírito Santo, transforma não só a nossa realidade, mas tudo o que está à nossa volta.
2 DESENVOLVIMENTO
O Grupo de Oração é um meio que nos possibilita descobrir o desejo de Deus, que nos dá a condição de chegarmos aos tesouros do céu, que só podem ser alcançados se optarmos por mergulhar no coração de Deus que vai, nos revelando a cada semana, a cada Grupo, todo o Seu plano para cada um de nós, e que vai ajustando a batida do nosso coração ao Seu próprio coração para assim sermos um, como ele e Jesus o são e a nossa alegria então ser completa e verdadeira. E é o Espírito que nos une num só corpo, o Corpo de Cristo. É o Espírito quem ao nos dar testemunho de Jesus, que é a Revelação Definitiva do Pai, nos converte em testemunhas do Cristo ressuscitado até os confins da terra.
Por esta razão dizemos que o criador e a alma do Grupo de Oração é sempre o “Espírito de Deus”. O que nos leva a concluir que o desejo de reunir-se em Grupos de Oração não brotou do coração dos homens, mas sim do próprio Senhor. Foi Ele quem tomou a iniciativa de congregar a sua Igreja nessas pequenas comunidades. Só Ele pode reunir o seu povo em oração, como sempre o fez ao longo da história da salvação, e o faz agora.
2.1     OBJETIVOS DO GRUPO DE ORAÇÃO
a) Batismo no Espírito Santo – um Pentecostes hoje
A RCC surgiu do desejo e da esperança de que o Senhor realizasse em nossos dias, em vista da renovação profunda de sua Igreja, o que sucedeu no primeiro Pentecostes.
A Igreja necessita, como disse o Papa João XXIII, de “algo como um novo Pentecostes”. Em palavras do Papa Paulo VI: de seu “Pentecostes perene”. O Papa João Paulo II também expressou a necessidade de “um novo Pentecostes” para o mundo nos umbrais do século XXI. O nosso atual Papa, Bento XVI, disse em 15 de maio de 2005, ao tomar posse da cátedra de Bispo de Roma, em São João de Latrão que sem o Espírito Santo, a Igreja ficaria reduzida a uma organização meramente humana, sob o peso de suas próprias estruturas. Disse também que Cristo, que constituiu sua igreja sobre o fundamento dos apóstolos unidos ao redor de Pedro, enriqueceu-a com o dom de seu Espírito, pra que através dos séculos, console-a (cf. João 14,16) e a guie para a verdade completa (cf. João 16,13). O documento de Aparecida corrobora também dizendo no número 362: “Esperamos num novo Pentecostes...”
Então se o surgimento da RCC está baseado neste desejo e esperança da Igreja, podemos dizer que o Grupo de Oração só acontece efetivamente se os seus participantes experimentam da graça da efusão ou batismo no Espírito Santo. É missão do Grupo de Oração fazer com que as pessoas recebam o batismo no Espírito Santo e tenham suas vidas renovadas, resgatadas e guardem para sempre, no coração, a esperança da vida eterna, a alegria da salvação.
b) Levar os participantes do Grupo de Oração a conhecer o desejo de DEUS.
O Catecismo da Igreja Católica no número 27 diz que o desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o Homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. E no número 50: “Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. E o faz revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo”.
Quando conhecemos este desejo do nosso Criador, tudo muda. É a descoberta de que não estamos sós. De que há alguém que caminha em minha direção, e para quem eu sou precioso(a).
c)      Anunciar o amor infinito e incondicional de Deus
Isaias 43, 4: “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permito reinos por ti”.
O Grupo de Oração leva os seus participantes a conhecerem o rosto de Deus. Rosto que deseja constantemente a nossa realização e a nossa felicidade. Fazemos a grande descoberta de que Deus é fiel e que reafirma o seu Amor mesmo constatando que fomos infiéis a ele. Ele nos ama com amor eterno com nossas qualidades ou defeitos. Descobrimos também que sua misericórdia é maior do que o nosso pecado, mas que ele deseja que sejamos melhor do que somos.
d) Conversão de vida
Uma vez batizados no E.S, nos tornamos em Cristo, filhos e filhas de Deus. E como tal, somos chamados a uma vida de santidade deixando definitivamente “nosso modo de vida anterior”, para agir de acordo com Aquele que acreditamos. Viver a conversão é viver como nossa Mãe Maria viveu: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
e) Resgatar almas para DEUS
Isaias 43, 3: “Pois eu sou o Senhor, teu Deus, O santo de Israel, teu Salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação”.
O Grupo de Oração, a partir da sua identidade deve trabalhar para que o homem, a família, a sociedade e as estruturas possam reconhecer que o Único capaz de vencer todas as trevas deste mundo é Jesus Cristo. Jesus é a promessa da redenção cumprida. Ele é a arca da salvação oferecida por Deus aos homens submersos no pecado. Seu nome quer dizer sua missão: Javé Salva Mt1,21. “Tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados”.
f) Ter uma vida de louvor
O louvor é como que o clima e a atmosfera na qual se desenvolve a reunião de oração, desde o principio até o fim, pois o Espírito Santo é um Espírito de louvor. O louvor é uma oração poderosa, libertadora que gera alegria, paz e esperança. O louvor é uma arma para combatermos o inimigo de Deus, porque quando louvamos a Deus com os nossos lábios, em espírito e verdade, quando o louvamos nas tribulações e também nas alegrias, estamos proclamando que Jesus é o Senhor de nossas vidas, não permitindo que nada ou ninguém ocupe o seu lugar. Desta forma fechamos todas as possibilidades para qualquer investida do mal em nossas vidas e em nosso Grupo de Oração. A prática do louvor no GO gera milagres e prodígios na vida de todos.
g) Propagar a alegria
Somos tão importantes para Deus, que nossa presença, ou o nosso regresso a sua casa, é motivo de alegria e festa. O primeiro a se alegrar é o próprio Senhor:
(Sof 3,17) “O senhor teu Deus está no meio de ti... Ele anda em transportes de alegria por causa de ti... Ele exulta de alegria a teu respeito, como num dia de festa”.
Se o Senhor está contente com a nossa presença, também nós manifestamos alegria por estarmos com ele. Não é uma alegria passageira. É a alegria da descoberta do amor de Deus por nós que se transforma num amor apaixonado por Ele e pelos irmãos.
h) Propagar a PAZ
O Grupo de Oração nos ensina que a paz é um sinal tangível da presença de Cristo, que não só nos dá paz, como Ele mesmo é nossa paz (Ef 2, 14).
Paz que é a certeza de que se Ele está conosco, ninguém pode estar contra nós. Certeza de que nada nos separará do seu amor.
i) Propagar a Unidade
Unidade para além de mágoas, medos... E cálculos.
Quando experimentamos pelo BES[2] que verdadeiramente fomos e somos amados gratuitamente, inevitavelmente nos tornamos generosos para com Deus e para com o próximo.
São Francisco de Assis move até hoje muitos corações com o brado: “O amor não é amado”. Não amamos a Cristo; nos dividimos, quando supervalorizamos os bens materiais ,os valores transitórios, ou quando julgamos os irmãos.
Os primeiros discípulos punham tudo em comum, porque sabiam que a eles Cristo não se dera pela metade, mas todo, por inteiro!
j)   Motivar a necessidade da oração pessoal e comunitária
O Santo Padre o Papa Paulo VI disse que a oração espontânea e livre de cada um “ajuda, sustenta e alimenta a oração dos demais”.
Deus nos escuta sempre quando lhe falamos no intimo do coração, no grupo de oração ou na comunidade.
É pela vida de oração dos participantes do grupo de oração, que o mesmo se torna cada vez mais carismático, pois quem se coloca diante de Deus para se comunicar com Ele, ouvi-lo e por em prática a Sua vontade, é um canal aberto para que o Espírito Santo se manifeste, conduzindo sua realidade pessoal e comunitária. Viver a vida em oração é ser luz diante de todas as situações, em todos os momentos e em todos os lugares.
k) Motivar a freqüência aos sacramentos
Estamos em um constante processo de conversão. Não estamos prontos. Os sacramentos nos dão força, nos renovam, fortalecem a nossa fé, para vivermos as adversidades da nossa vida cotidiana. Principalmente os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.
Os sacramentos da Igreja, diz o Catecismo, continuam hoje as obras que Cristo cumprira durante sua vida terrestre. Através da vida sacramental, o poder divino e salvador do filho de Deus salva o homem todo: alma e corpo.
l) Motivar o compromisso de vida com Deus e com os irmãos
O amor ao irmão é uma maneira concreta de mostrarmos o quanto amamos o nosso Amado: amando aquele a quem tanto Ele ama e por quem deu a sua própria vida. Como não dar a vida por aqueles por quem o Amado a deu? É vontade do Senhor que transbordemos este amor sobre aqueles que Ele ama e na RCC isto se faz realidade através do Pentecostes contínuo que acontece nos grupos de oração.
Deus nos chama a nos comprometermos com Ele e com os irmãos, para não fazermos como aquele homem da parábola dos talentos que perdeu até o pouco que tinha, por não usar os seus bens conforme a vontade de Deus. Ele nos chama a partilhar generosamente o nosso tempo, nossas descobertas, nossos talentos e toda a nossa vida sem medo, pois Ele é por nós.
CONCLUSÃO
Deus nos apresentou os vários tesouros, que Ele pelo seu Espírito Santo, nos deu a graça de conhecer e de até mesmo tocar. Tesouros que estão ao nosso dispor se verdadeiramente abrirmos o nosso coração para Ele, que primeiro abriu o Seu para nós, colocando-se numa cruz, de onde o sangue derramado garantiu definitivamente a nossa Salvação, e uma vida plena no seu Espírito Santo. Peçamos ao Espírito Santo que nos dê força para permanecermos firmes na Graça desta Salvação e que possamos distribuir e espalhar esses tesouros a todos aqueles que ainda não os descobriram, através de todos os Grupos de Oração do mundo inteiro.
Este texto foi extraído da apostila Grupo de Oração - Tesouro de Deus que faz parte dos materiais de formação produzidos pela Editora RCCBRASIL. Para adquirir essa apostila e outros basta você acessar www.editorarccbrasil.com.br ou ligar para 53 – 3227 0710.
[1] GO – Grupo de Oração
[2] BES – Batismo no Espírito Santo

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não há hora nem lugar para o Espírito Santo de Deus agir


Vamos conhecer o testemunho de Ivanilde Barcelos, uma carismática do Espírito Santo que sentiu-se impulsionada pelo poder do Espírito Santo a estar presente no XXX Congresso Nacional em Foz do Iguaçu/PR e levar mais membros do Movimento do seu estado consigo:
"Tudo começou no encerramento do ENF 2011, quando foi anunciado que o XXX Congresso Nacional aconteceria em Foz do Iguaçu/PR. Eu e a Graça, minha irmã de caminhada, tivemos um sentimento forte de articular um grupo de pessoas e montar uma caravana para este evento. Isto não foi fácil, mas quando Deus quer, tudo se torna possível.
Com muito trabalho e esforço, conseguimos um grupo de 36 pessoas. Contratamos uma empresa para montar um pacote para nós e partimos para Foz. Como a negociação não foi feita por nós, não conseguimos criar um vinculo com os irmãos que viajaram conosco. No decorrer do encontro, ficamos bem distantes uns dos outros, diferente do que geralmente acontece nesses eventos, e as pessoas dividiram-se em pequenos grupos.
No sábado, uma das integrantes da caravana que ficou mais juto de mim confirmou o sentimento que eu tinha de reunir o grupo para nos conhecermos melhor. Éramos várias pessoas de diversas cidades e dioceses: Colatina, Cachoeiro, Castelo, Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra.
Durante o evento não tivemos tempo para este momento de nos conhecermos. No final do Congresso corremos bastante para chegarmos a tempo no aeroporto. Nem mesmo esperamos a benção final da Missa de encerramento, saímos logo depois da comunhão. Chegamos ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 16h30 e nosso embarque para Vitória era às 20h36. Tínhamos tempo suficiente para colocarmos o sentimento que tivemos em prática e reunir o povo.
Todos se apresentaram e iniciamos um momento de oração em agradecimento por tudo o que aconteceu nos dias de evento. Fizemos um Grupo de Oração no meio do salão de embarque da TAM. Começamos a louvar com cantos e as pessoas que passavam nos olhavam meio espantadas, mas alguns iam se chegando e entrando na roda, pessoas de outros estados e até países.
O Grupo aconteceu espontaneamente com oração, louvor e partilha da palavra. Por fim, no momento de Batismo no Espírito Santo, uma irmã foi tocada e partilhou com todos que a nossa missão de evangelização deveria ser colocada em prática ali, naquele local e momento. Então, cinco pessoas ficaram intercedendo e tomando conta de nossos pertences e os demais saíram, dois a dois, abordando as pessoas que também estavam aguardando seu embarque e perguntando se aceitavam que orássemos por elas.
Recebemos alguns 'não', mas isso não nos desmotivou nem nos impediu de desejar uma boa viagem àquela pessoa, na presença de Deus. Dizer a ela o quanto Deus o ama. E mesmo com um não de algumas pessoas, era possível sentir que elas estavam sendo tocadas.
Oramos para famílias inteiras que iam ou voltavam de passeios, muitos viajavam a trabalho. Rezamos até por um jovem angolano que, após ter recebido a oração, veio se juntar a nós, tirou fotos e se alegrou com o que lhe aconteceu.
Orei por uma senhora que estava com sua família e as lágrimas escorriam em seu rosto. Depois da oração, ela abriu um sorriso de satisfação. Uma das funcionárias da limpeza, ao se aproximar do grupo, recebeu um grande abraço de uma serva e saiu a cantarolar no salão do aeroporto.
Foi impressionante a forma como o Espírito Santo agiu em todos nós. Começamos meio inibidos e, logo que recebemos o Batismo no Espírito, a unção de ousadia brotou em nós e a timidez não nos segurou. Foi uma prova de que quando Deus quer que estejamos de coração aberto para o Espírito Santo entrar, quando nos permitimos, Ele age e faz da forma e onde Ele quer.
Nossos corações se abriram lá no início, quando sentimos desejo de organizar uma caravana, mas isso foi só o começo. A nossa missão é grande e não podemos deixar esse calor esfriar. As promessas do Batismo e o 'sim' que demos durante a missa, quando Dom Alberto nos interrogava sobre a nossa responsabilidade com a missão, foi compromisso sério. Sinto que a forma com a qual fomos ousados e usados naquele aeroporto pelo Espírito Santo é porque o Senhor tem pressa e não podemos deixar esfriar em nossos corações tudo o que vivemos nesses dias. A fala de Dom Azcona sobre ardor missionário nos impulsiona a rever o nosso chamado em nosso coração.
A Palavra que nos foi dada no decorrer da oração e que nos impulsionou à missão foi 2Tm 1, 6-12: 'Por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria. Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Deus nos salvou e chamou para a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos destinou em Cristo Jesus, e agora nos manifestou mediante a aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, que destruiu a morte e suscitou a vida e a imortalidade, pelo Evangelho, do qual fui constituído pregador, apóstolo e mestre entre os gentios. É este o motivo por que estou sofrendo assim. Mas não me queixo, não. Sei em quem pus minha confiança, e estou certo de que é assaz poderoso para guardar meu depósito até aquele dia'. As palavras foram exortação e perseverança. Levemos também esses gestos para nossos Grupos de Oração, para nossas famílias ou onde quer que estejamos.
Deus abençoe e ilumine a todos. Paz e Bem."

Surgiu um grande sinal no céu




Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
Deus fala sempre e é necessário apurar os ouvidos diante de suas palavras. Muitas vezes o silêncio é a sua voz (Cf. Is 30,15; Sl 64,2), outras muitas vezes manifesta-se através de pessoas por ele enviadas, cujos gestos e respostas aos apelos do Senhor são altamente eloquentes. Grita bem forte diante da história o sinal que é a Igreja, esposa de Cristo, cuidada com amor por aquele que se entregou para fazê-la santa e imaculada. Sinal de Deus é o fato de ser esta mesma Igreja constituída por homens e mulheres marcados pela fragilidade comum a toda a natureza humana, mas tocados pela graça de Deus, que os conduz progressivamente à estatura de Cristo (Cf. Ef 4,13-16). O mistério de Cristo, luz do Mundo, há de resplandecer na face da Igreja.
Tudo o que se diz da Igreja em geral pode ser aplicado em particular àquela que foi escolhida e preparada pelo Pai do Céu para ser Mãe de seu Filho amado, a Virgem Maria, Imaculada, Assunta ao Céu, sinal de Deus para o mundo. Por outro lado, tudo o que se diz de Maria pode ser aplicado à Igreja no seu conjunto, como graça e vocação (Cf. Ap 11,19; 12,1-10). Ao celebrarmos com a Igreja a Festa da Assunção de Nossa Senhora, deparamo-nos com uma torrente de ensinamentos a serem colhidos com sabedoria, ainda que não sejamos capazes de absorver toda a riqueza dos mistérios de Deus, realizados em santa cumplicidade com a humanidade, nos quais nos envolvemos, com Maria e do modo de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
O fato de Deus ter preservado da corrupção a Virgem Maria, elevando-a em corpo e alma, “assumindo-a” na “Assunção”, traz consigo a lição do grande valor dado por Deus a tudo o que é humano. Não nos é lícito desprezar o corpo humano, as realidades terrestres destinadas a contribuírem à realização das pessoas, a beleza da natureza, o relacionamento entre as pessoas. Tudo tem um destino de felicidade e de eternidade, tanto que buscamos um novo Céu e uma nova Terra, onde Deus será tudo em todos! É inclusive condição para a realização humana nesta terra o olhar otimista dos cristãos em relação a toda a criação. Cabe-lhes passar pelas estradas do mundo plantando e colhendo o bem, recuperando a realidade e o sonho oferecidos por Deus no Livro do Gênesis, pois ele nos quer felizes no Paraíso. Nossa vida na terra é ao mesmo tempo saudade e esperança do Paraíso. Em Cristo, Salvador e Redentor, tudo é recapitulado, ganha um novo e definitivo sentido.
Olhar para o grande sinal aparecido do no Céu e dar-lhe um nome – Maria! – traz ainda a grande certeza de termos uma Mãe no Céu, criatura como todos nós, mas escolhida, preservada do mal e elevada à comunhão plena com a Trindade. Um privilégio e uma graça, que a tornou missionária! Ela chegou na frente para mostrar-nos a estrada. Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,39-45) para nos mostrar o caminho da benção. Ela é Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do Presente e do Futuro! Junto de Deus está a nossa humanidade. Estabeleceu-se um laço definitivo, pelo que nos podemos renunciar a olhar para o Céu e caminhar para lá.
Olhando para aquela que foi assunta ao Céu, parece-me encontrá-la realizada aqui na terra em muitas outras pessoas que trazem os traços de Maria. Dentre tantas, no mês dedicado às diversas vocações na Igreja, volto meu olhar para os homens e as mulheres que descobriram um chamado semelhante ao de Maria, tornando-se sinais da plenitude do Reino de Deus, na vida religiosa. Quando muitos põem toda a esperança nos bens da terra, a vida religiosa proclama a plenitude de Deus, com a bem-aventurança da pobreza, transformada em voto, entrega total de vida, e diz a todos que Deus eleva os humildes, despede os ricos de mãos vazias e sacia de bens os famintos. Com a virgindade e a castidade vividas e testemunhadas, os religiosos e as religiosas reconhecem que Deus olhou para a pequenez de seus servos e servas, e o proclamam senhor de todos os seus afetos, dispostos a construir a fraternidade, não constituindo para si uma família própria, mas suscitando a ternura da família dos filhos de Deus. Ao mundo que luta pelo poder e o domínio de uns sobre os outros, a vida religiosa proclama, com o desafiador voto de obediência – “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” – que Deus derruba do trono os poderosos. Nos religiosos e nas religiosas o Senhor Jesus quer continuar a se fazer servo, obediente até à morte, e morte de Cruz (Cf. Fl 2,1-11). São pessoas que podem ser parecidas com Nossa Senhora, são homens e mulheres “apressados”, desejosos de viver, desde já, os valores da eternidade. Sintam-se reconhecidos e valorizados pela sociedade, pela Igreja e por todas as pessoas que têm sede de Deus e muitos jovens experimentem o chamado a seguir Jesus de perto nesta forma de entrega à Igreja e ao Reino de Deus.
Com Nossa Senhora, com a Igreja e com as pessoas consagradas na Castidade, na Pobreza e na Obediência, pedimos ao Pai, Deus e eterno e todo-poderoso, aquele que elevou à glória do Céu, em corpo e alma a Virgem Maria, que nos faça viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.
Fonte: ZENIT

segunda-feira, 13 de agosto de 2012





A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar acabam de lançar o subsídio “Hora da Família” 2012. O tema deste ano é: “A Família: o trabalho e a festa”. O subsídio apresenta reflexão sobre temas familiares para a Semana Nacional da Família que, este ano será de 12 de 18 de agosto.
O subsídio foi construído com a participação de representantes da Comissão para a Vida e a Família, membros dos Regionais da CNBB e assessores especializados. A Semana Nacional da Família é um evento anual que faz parte do calendário de, praticamente, todas as paróquias do Brasil e teve o início em 1992. O subsídio começou a ser editado desde a vinda do papa João Paulo II ao Brasil, em 1994 e passou a ser publicado anualmente. Atualmente está em sua 16ª edição com uma tiragem de 200 mil exemplares.
“Neste ‘Hora da Família’ contém as Celebrações da Família e as 10 catequeses preparatórias para o 7º Encontro Mundial das Famílias, que acontecerá em Milão (Itália), de 30 de maio a 3 de junho, de 2012, com a presença do papa Bento XVI. Neste subsídio queremos auxiliar os encontros da Pastoral Familiar que acontecerão em todo o país, mas de uma maneira mais particular, na Semana Nacional da Família”, disse um dos assessores da Comissão para a Vida e a Família, padre Wladimir Porreca.
O subsídio “Hora da Família 2012” está disponível em cada Regional da CNBB, na Regional da Pastoral Familiar ou diretamente na Secretaria Nacional da Pastoral Familiar (SECREN).

Vivendo a relação entre pai e filho


Após festejarmos o último dia dos pais, me ponho a pensar que poucos filhos mantém um bom relacionamento com seus pais. Essa bela “figura” do pai, na maioria das vezes, tem sido pouco valorizada nos dias de hoje.
O pai tem sido visto como o provedor das necessidades e de suprimentos para a família, e em muitos casos, é verdade, ele é auxiliado nessa tarefa pela esposa. Por aí, percebemos a existência de um relacionamento familiar efetivo, mas não afetivo.
O relacionamento com nosso pai deveria acontecer desde o ventre de nossa mãe, onde fomos gerados, com beijos e carícias leves na barriga dela. Mas nem sempre é assim que acontece.
Sabemos da existência de muitos filhos magoados e que guardam ressentimentos dos seus pais porque acham que não receberam deles aquilo que esperavam receber e por isso os culpam.
Para entendermos a maneira com que nossos pais agem é importante pensarmos, por exemplo, como eles foram criados, que tipo de educação eles tiveram, qual foi a formação que receberam, quais foram os tantos sofrimentos, abandonos e rejeições que experimentaram. Ninguém pode dar o que não possui!
Você que sabe quem é seu pai e tem ele longe ou perto já pensou que pode dar o “pontapé” inicial para que o relacionamento com seu pai seja restaurado?
Sugiro que você vá primeiro ao Senhor. Conte a Jesus todas as suas mágoas, decepções e ressentimentos e permita que o Seu sangue, qual um bálsamo, te lave por inteiro. Depois, vá ter com seu pai. Aproxime-se. Diga a ele pessoalmente, por telefone, e-mail ou por mensagem de celular, o quanto você o ama. Aqui é bom lembrar que amor não é só sentimento, mas uma decisão.
Se aproxime mais. Eu, por exemplo, peço a benção do meu pai sempre quando chego ou saio de sua casa. Comece devagar, aos poucos. Um beijo no seu rosto, um abraço bem apertado. Todo o começo é desafiador! Faça-o na força do Espírito Santo!
O quarto mandamento da lei de Deus é "Honrar pai e mãe": “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Ex 20,12). O próprio Senhor Jesus recorda a força desse mandamento de Deus, no Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 7,8-13). “Honra teu pai e tua mãe” é o primeiro mandamento com promessas: para seres feliz e teres uma longa vida sobre a terra (cf. Ef 6,1-3).
Não deixe passar mais esse “Dia dos Pais” sem demonstrar o carinho e amor ao seu pai. E se ele já é falecido, ofereça suas orações e até mesmo uma Missa pela sua alma.
Onazir Conceição
Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação

Um louvor a Deus, que é nosso Pai


Querido Deus Pai,
nós queremos manifestar o nosso profundo sentimento de gratidão a Ti. Tu “És Aquele que é”, sempre presente com Teu amor fiel, com o Teu perdão, com a ajuda da Tua graça.  Nunca estamos sozinhos, abandonados à nossa própria sorte, sempre podemos contar Contigo, pois o Teu amor é eterno, o Teu amor é mais forte do que o amor de uma mãe pelos seus filhos. Como é bom saber, Deus Pai, que sempre somos perdoados por Ti e que somos aceitos e amados! Como é bom saber que somos feitos à Tua imagem e semelhança e por isso, somos capacitados para a verdade, a justiça, a bondade, o amor. Querido Deus Pai, não nos deixes esquecer quem somos em Ti, filhos e filhas dotados de dignidade, filhos e filhas bons, como Tu, Pai, és bom.
Obrigado, Pai, por teres sonhado lindos planos de amor para a nossa vida, por teres pensado em todos os detalhes que podem nos conduzir à vida plena e à felicidade. Ajuda-nos a ver o fio de amor, do Teu amor, costurando cada momento de nossa vida para que, mesmo quando errarmos, mesmo quando a maldade do mundo nos atingir, nós continuemos inteiros, continuemos capazes de acolher a Tua paz, o teu amor, a tua verdade, a tua justiça.
Tudo o que somos e possuímos vem de Ti. Obrigado por tudo! Obrigado até pelas coisas que não pedimos e não entendemos porque “pela virtude que opera em nós podes fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos. A Ti seja dada glória na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações da eternidade. Amém” (cf. Ef 3,20-21).
Nós Te amamos Deus Pai, somos felizes por sermos Teus filhos e filhas.
Com todo nosso amor e carinho,
“Feliz Dia dos Pais”!

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL



A família gera a vida


A Igreja no Brasil aproveita o mês de Agosto para dar enfoque às vocações. Além das vocações sacerdotais e religiosas, outro dos chamados que é refletido é o da família cristã, berço e célula básica da sociedade. Uma família que viva os preceitos do Evangelho e seja, no mundo atual, testemunho do amor de Deus.
A coordenação nacional do Ministério para as Famílias propõe uma série de reflexões para este mês. Baseadas no tema do Encontro Mundial das Famílias deste ano, “A família: o trabalho e a festa”, esses temas semanais poderão a ajudar na oração em família ou no próprio Grupo de Oração.
2ª semana: A família gera a vida
Gn 1,27; 2,23-25
Coordenadores Nacionais do Ministério para as Famílias


As primeiras páginas da Bíblia nos explicam o bem que Deus deseja para as suas criaturas. Deus criou o homem e a mulher iguais em dignidade, no entanto diferentes: um é homem e o outro é mulher. A semelhança unida à diferença sexual permite aos dois entrarem em diálogo criativo, estabelecendo uma aliança de vida.
Na narração do início do livro, Adão descobre-se homem precisamente no momento em que reconhece a mulher: o encontro com a mulher faz-se entender e mencionar o seu ser homem. O reconhecimento recíproco do homem e da mulher derrota o mal da solidão e revela a bondade da aliança conjugal. É o pressuposto para que cada um possa desenvolver a sua própria humanidade na relação e na interação com o outro.
No relacionamento homem-mulher, ambos se apoiam, compartilham e comunicam a vida, excluindo qualquer forma de inferioridade ou de superioridade. A igual dignidade entre o homem e a mulher não admite qualquer hierarquia e, ao mesmo tempo, não exclui a diferença. A diferença permite ao homem e a mulher unir-se em aliança, e a aliança os fortalece.
Criada da costela do homem, a mulher é “carne da sua carne e osso dos seus ossos. Por este motivo, a mulher participa da debilidade – a carne do homem, mas também da sua estrutura principal – o osso”.
Criando a mulher, Deus tira do homem a dor da solidão que o faz sofrer. E, assim, estabelece uma aliança conjugal, em que o homem e a mulher se concedem reciprocamente, gerando a vida, e possibilitando ainda, uma aliança genitorial como co-criadores, em que como pai e mãe transmitem, educam e acompanham os filhos.
A família natural nasce do casal: homem e mulher, na sua própria diferença sexual, a linguagem do Deus da aliança.  Nela, a linguagem do corpo tem um grande relevo, narra algo acerca do próprio Deus. A aliança que um homem e uma mulher, na sua diferença e complementariedade, são chamados a viver revela a imagem e semelhança do Deus Trino aliado do seu povo.
Airton e Marli Silva

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Uma carta de amor e oração aos pais




Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
Dirijo-me hoje, com grande alegria no coração, a todos os homens que receberam a graça da paternidade, participação misteriosa e sempre carregada de surpresas no ato criador de Deus. Com as mulheres, mães com as quais geraram vidas, vocês são indispensáveis à continuação da espécie humana sobre a terra, e mais ainda indispensáveis para serem imagens do Pai do Céu, a quem chamamos de “Pai nosso”.
Em cada homem que se fez pai, quero saudar o exercício sadio da masculinidade, agradecendo-lhes pela vocação que Deus lhes confiou de serem personalidades carregadas de força e ao mesmo tempo de grande ternura.  A todos peço para valorizarem o dom de conquistarem sadiamente o maravilhoso mundo feminino, presente no recesso do lar que Deus lhes concedeu. Se casados há pouco ou muito tempo, não importa, suplico a Deus para todos os esposos a graça de redescobrirem o namoro permanente, feito de olhares e carinhos, surpresas e gestos gratuitos de atenção. A vocês foi entregue a tarefa de serem testemunhas do amor misericordioso do “Pai nosso”.
Tomo a liberdade de entrar na casa daqueles homens que são pais, mas ainda não descobriram a beleza de um Sacramento feito para o homem e a mulher que se amam. De fato, o Matrimônio é graça de Deus, do mesmo modo que o Batismo, a Crisma, a Eucaristia e outros Sacramentos. Ele é um presente de Deus, não instituído para dar mais ou menos sorte a quem quer que seja, mas para transformar o casal que o recebe num sinal do amor de Cristo e da Igreja. Serve para que você, pai, aponte, com sua vida e seu amor, para aquele que, sendo “Pai nosso”, quer ser servido e amado por todos os homens e mulheres. Você é chamado a se casar na Igreja!
Sei que há muitos pais que perderam filhos ou filhas e não os esqueço, como o “Pai nosso” não os esquece. Trata-se algo muito sério, pois relembro muitos homens aos quais me foi dada a graça de ajudar em momentos dolorosos. Quantas lágrimas correm de rostos enrijecidos pelas lutas da vida, quando o sofrimento bate à porta. Se palavras muitas vezes são insuficientes para consolá-los e às suas esposas e famílias, aceitem a presença da Igreja, que quer, mesmo no silêncio, dizer-lhes que não estão sós. Desfrutem a companhia da Comunidade católica, com a qual vocês, pais da terra, podem rezar o “Pai nosso”.
Queridos pais, muitas vezes suas mãos calejadas, ou os rostos cansados, os passos corridos de quem vai para o trabalho, uniformes ou ternos, empregos formais ou não, foram usados como sinal do que vocês representam, a força de trabalho na sociedade. Ainda que tantas mulheres tenham trabalho, cargos e responsabilidades fora de casa, vocês são vistos como os provedores das famílias. E o provedor “providencia” e acaba muito parecido com aquele que é o Senhor da Providência, a quem pedimos o pão de cada dia, quando rezamos o “Pai nosso”. Em nome da Igreja, reconheço todo o bem que fazem, o valor de seus esforços, sua labuta, seu cansaço, seu desejo de melhores condições de vida para suas famílias.
Dirijo-me agora aos pais que fazem muito e falam pouco, cuja dedicação e consciência são pouco conhecidas aos olhos humanos, mas patentes aos olhos de Deus. Vocês não são esquecidos por Deus nem pela Igreja. Desejo que Deus os faça superar a timidez e os ajude a se introduzirem mais e mais na vida das comunidades cristãs. Ajudem-nos a sermos bem realistas em nossas decisões. Ajudem seus filhos, sem se omitirem na hora da correção. Mostrem o rumo, pois esta é a graça própria da paternidade. Afinal de contas, o “Pai nosso” quis contar com vocês!
Conheço também muitos homens que não experimentaram a fecundidade e por um motivo ou outro não tiveram filhos. Muitos de vocês deram um passo bonito, junto com suas esposas, assumindo filhos dos outros, através da adoção. Outros se tornaram pais de muitos outros, com sensibilidade social apurada, ajudando a quem precisa. Com todos estes homens, podemos dizer “Pai nosso”, porque na fecundidade do Pai do Céu cada um pode encontrar seu modo de fazer o bem e participar de seu amor infinito.
Lanço agora meu olhar para os que ainda não são pais, mas querem sê-lo, os jovens ou adultos que se sentem chamados ao casamento e à fecundidade do matrimônio. Lembrem-se de que esta é uma vocação, um chamado, uma graça de Deus a ser acolhida e vivida com alegria. Não tenham medo das responsabilidades! Busquem o casamento e a família e não aventuras fortuitas. Saibam preparar-se bem para se realizarem na participação do mistério do “Pai nosso”.
Enfim, há homens que foram chamados a outro tipo de paternidade, pois Deus lhes concedeu a graça de serem pais da grande família de seus filhos na Igreja. São tão importantes que nós os chamamos “padres”, mais fecundos do que qualquer pai de família. A eles agradeço por nos ensinarem a rezar o “Pai Nosso” e por gerarem os filhos de Deus pela Palavra e pelos Sacramentos.
Com todos os pais no dia que lhes é dedicado, qualquer que seja sua idade ou situação, fazemos o que existe de melhor, rezando juntos: “Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Fonte: ZENIT

"Não tiremos Deus da família!", pede cardeal mexicano


 O Arcebispo do México (México), Cardeal Norberto Rivera, criticou a ideologia de gênero e pediu aos mexicanos para evitar que Deus seja tirado das famílias, como aconteceu em muitos outros campos da vida cotidiana.

"Tiramos Deus de muitos campos da vida: da escola, do esporte, dos meios de comunicação, da política, da economia e também da investigação a favor da vida que é o maior perigo. Cuidado, não tiremos Deus da família! Perdendo o sentido de Deus, perdemos nossa identidade como sendo Sua imagem e semelhança ", advertiu durante a Missa dominical.

Em sua homilia, o Cardeal defendeu a diferença e complementariedade que existe entre o homem e a mulher, e ambas querem ser anuladas pela ideologia de gênero. "A diferença corporal, chamada sexo, minimiza-se e se considera um simples efeito dos condicionamentos socioculturais. Evidencia-se, assim, como máximo, a dimensão estritamente cultural, chamada gênero", assinalou.

O Arcebispo disse que "daí vem o questionamento da índole natural da família, composta por pai e mãe, a equiparação da homossexualidade à heterossexualidade, a proposta de uma sexualidade polimorfa. Segundo isto, a natureza humana não leva em si mesmo características que se imporiam de maneira absoluta: toda pessoa poderia ou deveria configurar-se segundo seus próprios desejos, livre de toda predeterminação biológica".

Diante disso, o Cardeal Rivera chamou a "redescobrir a dignidade comum do homem e da mulher, no reconhecimento mútuo e na colaboração".

"O ser humano é uma pessoa, de igual maneira o homem e a mulher. Estão em relação recíproca. O corpo humano, marcado pelo selo da masculinidade ou da feminilidade, está chamado a existir na comunhão e no dom recíproco. Por isso o matrimônio é a primeira e fundamental dimensão desta vocação. Embora transtornadas e obscurecidas pelo pecado, estas disposições originárias do Criador não poderão ser anuladas nunca", afirmou.