quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mensagem do Papa - 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Silêncio e palavra: caminho de evangelização

Boletim da Santa Sé, grifos nossos

Amados irmãos e irmãs,
 
Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspeto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
 
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de "ecossistema" capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.
 
Grande parte da dinâmica atual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.
 
No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que deem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de céticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, "quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais" (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).
 
Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: "Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio" (Exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, 30 de setembro de 2010, n.º 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando "o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos" (cf. Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.
 
Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. "Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora" (Homilia durante a concelebração eucarística com os membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de "anunciar o que vimos e ouvimos", a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.
 
Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de "ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido" (Constituição dogmática Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.
 
Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio "escuta e faz florescer a Palavra" (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.
 
Vaticano, 24 de janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.
BENEDICTUS PP XVI
(Tradução portuguesa oferecida pela Santa Sé)

Escolhida nova data para o lançamento oficial da logomarca JMJ RIO 2013

Está confirmada a nova data do lançamento oficial da logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ RIO2013). A cerimônia será realizada no dia 7 de fevereiro, às 20h, no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica a sede do Comitê, e contará com a presença de mais de 100 bispos de todo o Brasil, além de autoridades e representantes da sociedade.
Na ocasião, o presidente do Comitê Organizador Local (COL/Rio) e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, irá apresentar também o autor da logo, que foi escolhida através de concurso.
A expectativa é grande em torno da divulgação do símbolo de um dos maiores eventos que o Brasil irá sediar. Para aumentar a ansiedade e curiosidade, na véspera do evento, dia 6, o Cristo Redentor será iluminado com as cores de 150 países que deverão participar da JMJ RIO2013. Com isso, o próprio “embaixador” da Jornada fará o convite aos jovens do mundo inteiro para conhecerem a logomarca.
O lançamento, previsto anteriormente para o dia 1º de fevereiro, foi adiado em atenção e solidariedade a todos os familiares das vítimas do desabamento dos três prédios no Centro do Rio, na última quarta-feira, dia 25 de janeiro. Em nota, dom Orani manifestou seu pesar e conclamou a todos que rezem pelos falecidos, feridos e famílias atingidas pela dor que também é de toda a Arquidiocese. Durante a cerimônia de lançamento da logo, será feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia.
Seleção
Para chegar a identidade visual do evento foi percorrido um longo caminho, iniciado no dia 27 de setembro de 2011, com o lançamento do edital do concurso para escolher a logo oficial. Mais de 200 trabalhos enviados de todas as partes do mundo mostraram, além de criatividade e técnica, a força da fé e da alegria da juventude católica.
Após o encerramento do concurso, no dia 31 de outubro, começou o processo de seleção, onde as logomarcas foram avaliadas por um grupo de designers, por uma comissão do Setor Juventude e também pelos setores pastoral e presidência do COL.
No dia 13 de dezembro as logomarcas finalistas foram apresentadas ao Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), em Roma, que escolheu a vencedora em comum acordo com os representantes do Comitê Organizador Local.
A Jornada Mundial da Juventude, que se realiza anualmente nas dioceses de todo o mundo, prevê a cada dois ou três anos um encontro internacional de jovens com o papa durante aproximadamente uma semana. A última edição da JMJ foi realizada em agosto de 2011, na cidade de Madri, na Espanha, e reuniu centenas de milhares de jovens de mais de 190 países.

Divulgado o roteiro oficial da primeira virgem do Papa em 2012

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, nesta terça-feira, 31 de janeiro, o roteiro da Viagem Apostólica de Bento XVI ao México e a Cuba, a primeira do Papa em 2012.

Na sexta-feira, 23 de março, Bento XVI parte de Roma em voo direto para León. Às 16h30 (hora local), o Papa fará seu primeiro discurso no Aeroporto Internacional de Guanajuato.

No sábado, 24 de março, às 8h haverá uma missa privada na Capela do Colégio Miraflores. Às 18h, Bento XVI visitará o Presidente do México na Casa do Conde Rul di Guanajuato. Mais tarde, às 18h45, na Praça da Paz de Guanajuato, Bento XVI fará uma saudação às crianças.

No domingo, 25 de março, às 10h, Bento XVI preside a Santa Missa no Parque do Bicentenário de León. Na sequência, reza a oração mariana do Angelus. Às 18h, haverá a Celebração das Vésperas com os Bispos do México e da América Latina na Catedral da Mãe Santíssima da Luz de León.

Na segunda-feira, 26 de março, às 9h haverá a Cerimônia de Despedida no Aeroporto de Guanajuato, de onde, meia hora depois, Bento XVI seguirá viagem rumo a Santiago de Cuba.

Cuba

A chegada do Papa a Cuba está prevista para às 14h com a realização da Cerimônia de Boas-Vindas no Aeroporto Internacional Antonio Macedo Maceo de Santiago de Cuba, na qual Bento XVI fará seu primeiro discurso em solo cubano. Às 17h30, na Praça Antonio Maceo, está marcada a Santa Missa por ocasião dos 400 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre.

Na terça-feira, 27 de março, às 9h30, o Papa visitará o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre. Uma hora mais tarde, o Santo Padre embarca em direção a Havana, onde chegará ao meio-dia. Às 17h30, no Palácio da Revolução de Havana, Bento XVI se encontrará com o Presidente do Conselho de Estado e do Conselho dos Ministros de Cuba, Raul Castro.

Após o encontro com Raul Castro, a partir das 19h15, na Nunciatura Apostólica de Havana, Bento XVI participa de um jantar com o Núncio e os bispos cubanos.

O último dia da Visita Apostólica, quarta-feira, 28 de março, reserva para às 9h a Santa Missa na Praça da Revolução em Havana. Por fim, Bento XVI se despede do povo cubano no Aeroporto Internacional José Martí a partir das 16h30. Meia hora depois, embarca de volta para Roma, onde aterrissará na quinta-feira, 29 de março, às 10h15.
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