Formação

Aprenda com Padre Jonas a fazer o Diário 

Espiritual


Vamos fazer juntos o diário espiritual
É um treinamento. Quero ajudar você a fazer o seu diário. Porque não basta ler: o trabalho com a Bíblia se completa com o Diário Espiritual. As pessoas em geral têm preguiça de escrever e acham até estranho fazê-lo. Por que é preciso escrever? Não basta ler? Eu digo a você: não basta ler. A receita é escrever.
Como a palavra diz, trata-se de um diário. A gente lê todos os dias e faz o diário todos os dias.
Comece hoje mesmo:
Pegue um caderno. Ele vai servir exclusivamente para o seu Diário Espiritual. Ponha no alto da página a data e, em seguida, anote o trecho lido: 1Jo 1,2.
A primeira coisa que você vai anotar, todos os dias, são as promessas de Deus que você encontrou na leitura. É muito importante anotar as promessas de Deus. Ele as cumpre. São promessas de Deus e não dos homens. É por isso também que é bom ler e riscar: fica mais fácil encontrar as promessas contidas nos trechos lidos.
Se você reparou bem, no final do capítulo 1, o versículo 9 diz: "Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo, para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade". É ou não uma promessa? E que promessa! Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados. Basta-nos cumprir uma única condição: reconhecer os nossos pecados. Uma condição muito simples não é?
Vamos agora anotar. Escreva no seu caderno: Promessa. Agora copie o trecho e ponha a citação: 1 Jo 1,9.
Veja então o início do capítulo 2: não é uma promessa? "Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo." É uma importantíssima promessa: podemos ter a certeza de que, se pecarmos, teremos um intercessor junto ao Pai, e esse intercessor é Jesus, o justo. A promessa continua no versículo 2: "Ele é a expiação dos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo".
Anote então no seu caderno e ponha a citação: 1 Jo 2,1-2.
O versículo 25 é bem claro, porque nele aparece a palavra promessa: “Eis a promessa que ele nos fez: A vida eterna”. Essa é a promessa de Deus, e não é pouca coisa: é a vida eterna. Anote e ponha a citação.
O segundo item que você anota são as ordens de Deus. Se são ordens, elas precisam ser cumpridas. Para isso, temos de conhecê-las.
Veja 1 João 2,15. Não há aí uma ordem? Anote então: "Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai". e pode continuar no versículo 16, que complementa: “Porque tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas do mundo”.
Observe que em 1 João 2,28 há outra importantíssima ordem. Nem vou apresentá-la aqui. Encontrou? Então anote.
A terceira coisa que se anota no Diário Espiritual são os Princípios Eternos. A maneira mais fácil de compreender o que é um princípio eterno é aprender na prática. Veja 1 João 1,5. Temos aí um princípio eterno. Nada o mudará. Queiramos ou não, é assim porque é assim. "Deus é luz e nele não há treva alguma."
Continue com os versículos 6 e 7. Eles também trazem princípios eternos. São princípios que regem o Reino de Deus. Anote.
Veja 1 João 2,9. Não se trata de um princípio eterno? Vá em frente com os versículos 10 e 11. Percebeu? Então anote.
São, portanto três coisas: Promessas, Ordens e Princípios eternos.
Em seguida, você vai anotar coisas muito concretas e pessoais:
1 - Qual a mensagem de Deus para mim no dia de hoje? No texto que leu, você vai encontrar a mensagem que Deus tem para você no dia de hoje. É só prestar atenção. Em seguida, escreva.
2 - Como posso colocar isso em prática na minha vida? Como pôr em prática tudo o que você leu, tudo o que Deus lhe falou. Não tenha medo de dizer isso por escrito.
Esse é o ponto de chegada do Diário Espiritual. É cem por cento prático e concreto. Pegue a Bíblia, leia o trecho indicado e faça em seguida o seu diário.
Amanhã você vai pegar o capítulo 3 e fazer o diário. Depois de amanhã o 4 e, por fim o 5. Em quatro dias você faz toda a primeira Carta de São João.
Depois disso, você vai retomá-la novamente, parte por parte e vai fazer o diário. Acredite, não será simples repetição. Haverá novidades. Especialmente na mensagem de Deus e em como pôr em prática o que você leu.
Experimente e você vai ver.
Eu fiz de propósito. Assim como se joga a pessoa na piscina para que ela perca o medo, eu fiz questão de colocá-lo frente a frente com o Diário Espiritual para você se aventurar e aprender na prática. Siga em frente!
Padre Jonas Abib
pejonas@cancaonova.com

Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente da Fundação João Paulo II. É autor de diversos livros, milhares de palestras em áudio e vídeo, viajando o Brasil e o mundo em encontros de evangelização. Acesse: wwww.padrejonas.com


Vocações

alt"A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele por amor constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador. Porém, muitos dos nossos contemporâneos não atendem a esta íntima e vital ligação a Deus, ou até a rejeitam explicitamente; de tal maneira que o ateísmo deve ser considerado entre os fatos mais graves do tempo atual e submetido a atento exame" (Gaudium et Spes, 19).
"Vocação" tem assim um significado muito amplo e se aplica a toda a humanidade, chamada à salvação cristã.
Entretanto, "vocação" se realiza em atitudes e deveres particulares que determinam a escolha que cada pessoa faz para dar à própria vida um sentido ideal: cada estado de vida, cada profissão, cada dedicação aos outros pode ser caracterizada como vocação, que lhe dá uma dignidade superior e um valor transcendente. Mas a palavra vocação adquire um significado específico quando se trata de uma vocação especial, que vem de Deus diretamente, como um raio fulgurante de luz que ilumina o mais profundo da consciência humana e se expressa numa entrega total da vida ao amor de Deus, que depois se desdobra no amor e no serviço ao próximo. Trata-se de um fato tão sagrado que exige uma atenção especial da Igreja, justamente pelo valor da "pérola preciosa" (Mt 13, 46) que aí se expressa (Cf. Beato Paulo VI, Mensagem para a Jornada Mundial de Orações pelas vocações, 1967).
Mais ainda. A Igreja não vive sem pessoas que se dediquem à evangelização. "De fato, 'todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo'. Ora, como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como o proclamarão, se não houver enviados? Assim é que está escrito: 'Bem vindos os pés dos que anunciam boas novas!'" (Rm 10, 13-15). E aqui está o desafio, pois a Igreja não organiza uma rede de propagandistas profissionais, mas envia homens e mulheres livres e voluntários, seguidores de Cristo que lhe dão tudo o que são e o que têm, com todos os riscos que este seguimento comporta. Com que alegria meu olhar se dirige a tantos jovens, rapazes e moças, que têm acolhido o chamado de Deus a esta radicalidade de vida!
Mas onde se encontram tais pessoas? Onde encontrar mais gente que se dedique ao anúncio do Evangelho? "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!" (Mt 9, 37-38). Um assunto tão delicado foi confiado por Deus a nós e à nossa oração! Ele quer depender justamente de nós para que as vocações de especial consagração a ele e ao seu Reino sejam despertadas e cultivadas na Igreja. Imensa bondade e confiança indescritível na responsabilidade das pessoas e das comunidades cristãs. Aqui nasce o primeiro apelo para o mês de agosto, dedicado às vocações. Se são importantes todos os estados de vida na Igreja, desta feita nos permitimos voltar nosso olhar de modo especial à consagração específica de dedicação exclusiva à Igreja e ao Reino de Deus.
Onde se encontram estas pessoas? Em nossas Paróquias e Comunidades. Durante o mês dedicado às vocações, chegue minha palavra aos sacerdotes, especialmente os que têm a cura pastoral nas Paróquias. Chamem e o façam de modo bem claro e explícito, pois as vocações estão presentes na Igreja. O que falta é trato, carinho, cuidado atencioso. Proponho que todos os padres e em todas as missas, especialmente aos domingos, durante o mês de agosto, convoquem para o seguimento de Jesus crianças, adolescentes e jovens, para a vida sacerdotal, religiosa, missionária e para as novas formas de dedicação à Igreja. Depois, queira Deus que sejam procurados pelas vocações assim despertadas e dediquem tempo para acompanhá-las.
Onde se encontram tais pessoas? Sem dúvida alguma nas famílias! Peço aos pais e mães que perguntem com liberdade e força aos seus filhos e filhas sobre "vocação". E tenham a coragem de abrir-lhes o horizonte, dizendo que ser consagrado a Deus é um caminho de grande felicidade! Tenho a certeza de que existem vocações escondidas, quais pedras preciosas, que aguardam pais e mães capazes de as cultivarem com carinho e oração.
Onde se encontram tais pessoas? São crianças, adolescentes e jovens aos quais chegam estas palavras, destinadas a abrir o mês vocacional. É você que já sentiu um apelo irresistível pela entrega total da vida a Deus. Pode ser que o ambiente da sociedade não lhe favoreça responder positivamente, mas muito maior do que todos os ventos que correm é a voz de Deus que lhe diz ser este o seu lugar, na dedicação total a ele e ao seu Reino, no coração da Igreja.
Onde se entram tais pessoas? No coração de Deus! Por isso, proponho às famílias e às Paróquias rezarem durante o mês de agosto uma das mais belas e conhecidas orações pelas vocações:
"Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: 'Vem e segue-me'! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém".
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/1474-vocacoes-


Mendigos do Amor

“O amor é muito nobre para ser pedido, cobrado ou implorado”
A Palavra de Deus nos ensina, na primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13, a plenitude e a beleza do amor. Pela preciosidade das palavras, essa passagem, vez ou outra, é usada como declaração de casais apaixonados. Mas poucas são as vezes em que verdadeiramente encaramos aquilo que deve ser mudado em nós quando lemos esse trecho bíblico. Já reparou nisso? Uma das partes mais partilhadas da Sagrada Escritura está distante do real sentido. Existe uma confusa camada dentro de nós que separa o amor do apego.
Tenha certeza, meu irmão, que o amor não se transforma em apego, pois ele jamais passará. Já o apego, bastam algumas decepções para que ele se transforme em repúdio. Vejamos se em nossos relacionamentos pode estar acontecendo o mesmo.
Conhecemos uma pessoa e ela nos atrai por suas qualidades externas ou internas. Então, criamos sobre essa admiração uma idealização e, muitas vezes, chegamos ao extremo da idolatria. Começamos a achar louvável todas as ações dessa pessoa, não deixamos, de forma alguma, de lhe dar títulos de honra como “melhor amiga (o)”, “amor maior” etc.
“Deus nos deu autonomia para que buscássemos a felicidade sem que ela dependesse da ação de outro”
Criamos, assim, uma prisão afetiva, que nada mais é do que um falso amor. Passamos a não enxergar mais o outro como uma pessoa, mas como um objeto, que deve estar de prontidão para nos demonstrar carinho constantemente da forma e na hora que quisermos. Nossa imaturidade é tanta, que nos passamos por “pedintes de amor”. Da mesma forma que se cobra uma dívida, passamos a cobrar atenção. Com o passar do tempo, a convivência vai nos mostrando que esse alguém tão maravilhoso é passível de falhas e pecados, por isso não consegue ”cumprir os deveres” que colocamos sobre ele de nos fazer feliz.
Perceba a reação em cadeia que ocorre: impusemos ao outro, de forma errada, a missão de nos fazer feliz, o que é extremamente autodestrutivo, pois Deus nos deu autonomia para que buscássemos a felicidade sem que ela dependesse da ação de outro.
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O amor é muito nobre para ser pedido, cobrado ou implorado. Se você já passou ou está passando por uma situação humilhante, saiba que somente o amor de Deus é capaz de preencher esse vazio.


Santa Teresa de Ávila dizia: “A quem tem Deus nada falta, só Deus basta!”. Portanto, tire as vendas dos seus olhos e veja que o Senhor não pediu para que você dependesse afetivamente dos outros. Ele pediu para que você os amasse da mesma forma como Ele ama você. E a fórmula para sair dessa prisão é simples: imitar Cristo. O processo pode ser longo, mas a cura e a maturidade que se instalará em seu coração será tão grandiosa que, finalmente, você vai ter a coragem de olhar os outros como Jesus olhou.
Fonte: Destrave/CN

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